Saudade… ecos do passado
Ouvir a voz de quem já não está
Sentir os braços que já não abraçam
Buscar uma presença na ausência
Aquecer com o frio e se queimar
Morrer por dentro e querer viver
Viver doendo e querer morrer
Tudo é finito, como o é a própria vida
E chega o momento em que desmorona
Nada do que era ainda existe
Sons desconhecidos, outras luzes
O momento em que devemos
Desmontar a paixão e recolher
As flores que deixamos nos caminhos
Guardar tantos sonhos e desfazer os planos
Abafar as brasas ainda vivas que teimam
Em inundar de encanto um coração
E então cuidadosamente espalhar sobre elas
As cinzas frias do esquecimento