Dia de poesia – Mia Couto – Aprendiz de ausências

Morrer
como quem deságua sem mar
e, num derradeiro relance,
olha o mundo
como se ainda o pudesse amar.

Morrer
depois de me despedir
das palavras, uma a uma.

E no final,
descontada a lágrima,
restar uma única certeza:

não há morte
que baste
para se deixar de viver.

(Imagem: banco de imagens Google)

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