
Vou tirar férias de mim. Vou tirar férias de tudo. Jogar os sapatos pro alto, tirar as pilhas dos relógios. Desligar o telefone, a campainha Dispensar a entrega de jornal Perder as chaves do carro Esquecer de abrir os portões. Afofar os travesseiros, encomendar muito sol. Ficar sem mala nem bolsa Não pensar, não querer, não ouvir. E assim ficarei trinta dias Ausente de tudo e de mim. E se lá estiver muito bom, Quem sabe não volto mais, não.
(Imagem: foto de Nelson O’Reilly Filho)