
Porque traz nas costas as marcas das correias dos pesos que precisou carregar. E traz nos olhos a tristeza das sombras que precisou atravessar. E na alma as mágoas que lhe causaram.
A vida não lhe foi madrinha, mas, por vezes, cruel madrasta.
Caminhou nas pedras e atravessou o inferno a pé. E tudo foi aprendizado.
Hoje, chegado o alto da montanha, olha para baixo e revê toda essa jornada. Muitas vezes não acredita ter superado e ter chegado aqui.
Das dores resultaram apenas cicatrizes – marcas superficiais que mostram que foi mais forte do que as feridas que suportou.
As sombras aguçaram seu olhar e permitiram que enxergasse melhor mesmo no escuro, e através dos olhos alheios. E as mágoas lapidaram o carbono de seus sentimentos, que não se transformaram em carvão, mas em fino diamante.
Desde cedo viu a crueza da vida, e assim aprendeu o valor da felicidade.
E, pisar em pedras ensinou a enfrentar a dor, ao mesmo tempo que conseguiu ver a porta para sair do inferno e voltar à vida.
Porque passou sozinho todos seus piores momentos. Alguns dos melhores teve com quem dividir.
Porque não perdeu a alegria de viver e a esperança a felicidade.
E nada o deteve nem deterá. A sede de viver é maior do que qualquer obstáculo.
E assim seguirá em frente, mais forte, mais lúcido e mais preparado para a vida…
(Imagem: banco de imagens Google)