
O amor, esse tear global
de águas rendadas
costurando distâncias
com os fios prateados das ondas.
Rendadas velas, caravelas
marinheiros bordados a bordo
cirandando a humanidade.
A simetria do cosmo encarnado
fiando nossos meridianos
no redondo rosto azulado
Em crises de desabafos da chuva
todos os prantos da vida.
Refletidas na superfície cristalina
frívolas muralhas do mundo
erguidas de dentro de nós
com suas vestes antigas
de ruínas cerzidas
cheirando à naftalina.
(Imagem: foto de Nelson O’Reilly Filho)