
Aqueles velhos barcos ali esquecidos
Estão no canto da praia abandonados
Estiveram tantos dias no mar
E hoje, inúteis, repousam na areia
Foram tantas glórias conquistadas
Tantas noites navegando felizes
Mas agora perderam o motivo
E não se lançam bravios às ondas
São como nossos velhos amores
Deixados num canto qualquer da alma
Já não mais faz sentido buscá-los
Muito menos sentir ou reviver
Velhos barcos – amores passados
Ali, tristemente se deixam ficar
Sonham – talvez – renascerem um dia
Para de novo navegarem no mar
Desafiando ondas e ventos
Correndo ligeiros na branca espuma
Sentindo o prazer das velhas emoções
Revivendo a alegria da antiga paixão
Sem temer noite nem tempestade
Enfrentando perigos nos mares
Eram jovens, fortes, destemidos
Hoje, velhos barcos esquecidos na areia
Barcos tristonhos, deixados ao léu
Praia deserta, sem brilho sem sol
Esses barcos, velhos amores passados
Essa praia, meu coração já sangrado
(Imagem: foto de Carlos Eduardo Ferreira)