
A dor dessa ausência tão sofrida
quanto inesperada e nunca desejada
que levou consigo o sorriso e a paz
a alegria, a paixão e a vontade de viver
A dor dessa ausência tão sofrida
como um barco abandonado no velho porto,
um cais esquecido, do amor passado,
mãos que não se tocam, olhos que não se veem
Essa dor tão intensa e tão sofrida
que apaga o sol e torna os dias tão cinzentos
desce dos olhos e rola pelas faces de forma de gotas:
lágrimas da chuva que congela um coração castigado
Essa ausência tão dolorida e insuportável
que tem contornos de uma presença constante
de quem partiu deixando um lugar vazio
que jamais poderá ser novamente preenchido
A ausência concreta da presença abstrata
como a flor esquecida no meio do caminho
preenchido apenas das pegadas solitárias
onde antes se caminhava unidos aos pares
Tudo isso rompe a alma e tira a paz e a alegria
torna o viver uma carga quase insuportável
e sangra a ferida eterna que nunca se fechará
na dor dessa ausência tão sofrida
(Imagem: banco de imagens Google)