
Eu te amo
sem orgulho
sem esperança.
Como o mar ama a montanha
sem jamais a alcançar
e, por suas ondas, incessantemente,
tenta chegar a seus pés
Eu te amo
com desvario
com insanidade
como a lua ama o sol
sem jamais encontrá-lo
e sem temer o abraço fatal
que os fundiria irremediavelmente
Eu te amo
sem vaidade
sem egoísmo
com um amor que não tem brio
que sufoca a dignidade
e se basta a si mesmo
Eu te amo
com loucura
com paixão
nesse doce devaneio
que é apenas insanidade
esse constante delírio
de inquieta alucinação
(Imagem: foto de Carlos Eduardo Ferreira)