
Sempre errante,
Mergulhada no oceano celeste,
Na paz de uma vacuidade fluida, plasticidade líquida…
Subitamente capturada
Pela gravidade do teu sol.
Refém de uma órbita
cuja maldição é te perder todos os dias…
Quem gira em torno de quem?
Tu que nasces nas minhas auroras ou eu que me volto para tuas alvoradas?
Não tenho o que me arde.
Se escondo, atravessas minhas frestas .
Torço para que não apagues.
Rezo para que não queimes.
Suplico para que me aqueças.
Imploro para que me libertes.
Pois do bailado orbital
Flamejante e castigado
A luz é sempre tua.
O que me sobra é sombra.
E da tua presença amarela
O que me resta é cinza.
(Imagem: foto de Maria Alice)