
Há dois anos enfrentei o mais triste 13 de maio de minha vida.
Esse dia, até então, trazia dois significados à minha mente – Dia de Nossa Senhora de Fátima e dia da abolição da escravatura no Brasil.
Grande admiradora da Família Imperial, sempre considerei exemplar a corajosa atitude da Princesa Isabel ao assinar a Lei Áurea. Não sem antes entregar o Brasil à Nossa Senhora Aparecida, a quem coroou Rainha (quando ameaçada de nunca se sentar no trono caso assinasse essa lei) e suplicou que olhasse por seus súditos e os protegesse eternamente. Por isso a preciosa coroa que a Santa ostenta, juntamente com o valioso manto, ofertado pela mesma princesa em agradecimento por uma graça recebida.
Era imperiosa a mudança da lei. Insustentável a manutenção da escravidão, embora saibamos que essa condição sempre existiu e ainda existe. O homem – lobo do homem, conforme dramaturgo da antiga Roma em frase popularizada por Thomas Hobbes – seguirá sua triste jornada na Terra traficando seus iguais, espoliando, assassinando outros humanos, maltratando animais, desrespeitando religiões, agredindo a natureza.
Podíamos ter um planeta são. Uma convivência saudável entre todos. Mas nem todos nasceram com caráter, com tendência ao respeito. Como disse Sartre, o inferno são os outros.
Um lado menos amargurado desse dia, é a celebração da aparição de Fátima. Onde três crianças – pequenos pastores de ovelhas, avistaram Nossa Senhora e conversaram com ela.
Hoje, local de intensa peregrinação, o Santuário é local de oração. Existiriam três mensagens de Nossa Senhora para a humanidade. Duas de conhecimento público. E, pelo pouco que sabemos, essa terceira mensagem, ou “terceiro segredo” trataria sobre o fim dos tempos. Parece que está na hora de ser divulgado, porque estamos passando por transtornos de toda ordem e é sensação comum que nada subsistirá.
Há muita beleza e docilidade na forma como Nossa Senhora de Fátima é referida na Igreja Católica. Seu maior pedido aos pastorinhos se refere ao culto ao Santo Rosário, e que todos rezassem diariamente o terço. Pedido singelo, sem dúvida…
E hoje, treze de maio, completam-se dois anos da partida de meu padrinho Élcio.
Ele, meu leitor diário, que não só lia minhas publicações, mas me ligava para comentar ou mandava mensagens, uma vez, ao ler um texto sobre saudade aqui no blog, me ligou para dizer que apreciava tudo o que eu escrevia. Mas meus textos sobre saudade eram tão especiais que, na opinião dele, eu deveria escrever apenas sobre saudade.
De forma especial, hoje, minha saudade fica mais doída.
Pois ele, que foi tão presente na minha vida, é hoje uma grande e intensa saudade.
(Imagem: foto de Paula Castanheira)