O poeta não gosta de palavras escreve para se ver livre delas. A palavra torna o poeta pequeno e sem invenção. Quando sobre o abismo da morte, o poeta escreve terra, na palavra ele se apaga e suja a página de areia. Quando escreve sangue o poeta sangra e a única veia que lhe dói é aquela que ele não sente. Com raiva o poeta inicia a escrita como um rio desflorando o chão. Cada palavra é um vidro em que se corta. O poeta não quer escrever. Apenas ser escrito. Escrever, talvez, apenas enquanto dorme.
Publicado por Maria Alice Ferreira da Rosa
Blogueira, escritora, poeta... porque escrever é preciso
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13 13America/Sao_Paulo agosto 13America/Sao_Paulo 2024 6 06America/Sao_Paulo agosto 06America/Sao_Paulo 2024