
Acordei quando a terra dos sonhos faltou sob a
minha cama.
Uma coluna cega de cinza cambaleava no meio da noite,
eu te pergunto: morri?
Dá-me a mão nesta ruptura do planeta
enquanto a cicatriz do céu roxo se faz estrela.
Ai!, porém recordo, onde estão?, onde estão?
Por que ferve a terra enchendo-se de morte?
Oh máscaras sob as vivendas enroladas, sorrisos
que não atingiram o espanto, seres despedaçados
sob as vigas, cobertos pela noite.
E hoje amanheces, oh dia azul, vestido
para um baile, com a sua cauda de ouro
sobre o mar apagado dos escombros, ígneo,
buscando o rosto perdido dos insepultos.
(Imagem: banco de imagens Google)