
E dormem tantos beijos
no silêncio da espera,
nos cantos da boca,
no espaço do abraço.
Guardo os teus olhos
como quem esconde saudade,
num tempo suspenso,
entre o agora e o nunca.
Há um calor quieto,
tão próximo do peito,
feito de gestos
que não se tocam.
E ainda assim,
em cada instante mudo,
o desejo sussurra-te
o que a voz cala.