
É a saudade que faz o dia nublar em pleno sol. É a saudade que impede a chuva cair para lavar a terra árida de um coração solitário.
E é a saudade que orvalha os olhos a qualquer lembrança que assalta a mente, ao ouvir uma determinada música, ao sentir um perfume…
Essa ausência dolorida que tira as cores da vida e torna tudo cinzento.
Que não deixa o coração bater sossegado, e o apressa, e o freia, e tira todo seu ritmo.
Tanta saudade que o corpo já não reage – não há dia, não há noite, não há fome, não há sono nem alegria nem esperança.
Essa é a desesperança que a saudade traz e que anula toda vontade de viver.
É a saudade que bate a janela durante a noite toda e impede o adormecer.
Essa falta de motivo, essa vontade de apagar, esse desejo de sumir.
E, em um dia no ano, no Dia da Saudade, podemos sentir toda essa saudade intensa, dar vazão à dor, e ao desespero, que não cabem no peito e escorrem pelas faces como lágrimas de angústia.
Não, não é a insônia que não deixa dormir. É a saudade…
(Imagem: banco de imagens Google)