
Às vezes, dá vontade de sentar à beira do caminho e por ali ficar, até que os ventos mudem, até que as nuvens chorem, até que a dor passe.
Sei que, às vezes, dá vontade de abandonar o barco, engavetar os projetos, esquecer os sonhos, porque o tempo é difícil demais.
Porque, muitas vezes, a vida atravanca, se perde num labirinto, pesa, machuca os ombros.
Mas sei também que, muitas vezes,
é preciso retroceder pra respirar,
olhar de longe o que de perto não se vê,
ganhar fôlego pra caminhar mais um tanto.
O tempo não para, mas é preciso vagarosas pausas pra aliviar a alma e descansar o coração.
(Imagem: foto do acervo pessoal da autora)