
Por algum motivo, simples ou não, o homem resolveu escrever. Fixar em uma superfície dados de sua realidade. Para se tornar imortal? Para deixar um registro de sua passagem pelo planeta ou alertar os que viriam depois das mazelas da existência? Para registrar seu pensamento? Não sabemos. Não temos como saber. Nem mesmo exatamente quem deu início à escrita.
Apenas aprendemos (e temos de acreditar) que provavelmente entre 4.000 e 3.000 anos antes de Cristo, na distante Mesopotâmia, surgiu uma forma de escrita ou desenho através de cones – por isso denominada cuneiforme – terra dos sumérios, o que teria sido a primeira forma escrita sistematizada.

(Imagem: banco de imagens Google)
Muito evoluímos. Não usamos cinzel nem formão e martelo para inscrevermos nossos sinais em pedras.
Temos um sistema de símbolos reconhecido em todo o mundo e usado por mais da metade da população mundial. E conhecemos os sistemas de símbolos de outras origens utilizados por alguns povos. Tudo é decodificado e universalizado. A comunicação se tornou automática e instantânea, a ponto de ninguém mais se surpreender por entender e ser entendido em qualquer idioma.
Durante muitos séculos a escrita, já manual e sobre pequenas superfícies – pergaminhos e papiros, evoluindo para o papel, o uso de pedras, do carvão, da tinta, o grafite, tudo foi evoluindo desde as pinturas rupestres, de aproximadamente 40.000 anos, passando pelos hieróglifos do Egito, e, por volta de 2.500 anos a.C., de forma simultânea e independente, o homem passou a escrever em várias partes do mundo, ainda que não se comunicassem entre si, mas da China à América Central, em várias partes do mundo surgiu a escrita praticamente da forma que a conhecemos.

(Imagem: banco de imagens Google)
Nossa escrita é baseada em um alfabeto – conjunto de símbolos de uma raiz determinada – alfabeto latino, do ramo românico. Há, ainda, alfabeto arábico, hebraico, grego, dentre outros. Alguns foram deixados de lado, caindo em desuso, outros resistem bravamente.
Aprendi a escrever no alfabeto latino, com nossos símbolos que decodificam nossa língua falada de acordo com a fonética. Há um interessante entrelaçamento entre visão e audição para chegarmos à escrita.
No começo era o uso do lápis.

Tive de preencher cadernos de caligrafia. Usar caneta de pena, com o tinteiro fixado na mesinha da carteira escolar.

Embora se tenha evoluído para a esferográfica, até hoje uso caneta-tinteiro, mas com reservatório próprio, sem necessitar do tinteiro e seu inseparável mata-borrão.

Os monges cuidaram de preservar o hábito da escrita, não só o utilizando para transcrição de livros, mas ensinando no mundo ocidental.
No século XIX surgiu a máquina de escrever mecânica, de ferro, pesada.

E, no século XX, quando tudo se tornou obsoleto a cada cinco anos, surgiram as máquinas de escrever elétrica, eletrônica e o computador pessoal.
Usuária de todos esses modernismos, com o advento da Word Wide Web, ou www. ou, para nós, rede de alcance mundial, em 2008 “inaugurei” esse blog. O que significa blog? Que palavra é essa? Simplesmente, a contração de web log, ou seja, o registro em um site – o que começou há 40 mil anos em uma caverna, agora é feito no imaterial, no impensável mundo virtual para aquele homem que cortava a pedra com seu cinzel para registrar suas impressões…

Não tenho memória de quando comecei a escrever textos – crônicas, poemas, contos…, mas sei que escrevo há muitas décadas. E, desde 2013 passei a publicar livros. De início, aqui no blog, textos meus, quase diários.
Com o tempo, resolvi abrir espaço para outros autores – conhecidos, famosos, desconhecidos, anônimos… basta chegar às minhas mãos um texto interessante, que abro um post para esse autor.
E hoje, em mais um recorde que me desafiei, completo 365 postagens diárias sucessivas.
Reconheço, não é fácil.
Mas é divertido. Animador. Um auto desafio vencido é mais importante do que qualquer reconhecimento público. Porque é compromisso assumido comigo mesma. Eu me desafio, eu me cobro, e, hoje, eu me venço.
Com textos meus e de outros autores, são 365 posts diários.

Não continuarei nesse ritmo. Mas tentarei não abandonar minha saletinha virtual de visitas, também chamada Blog de Alice…
(Imagens: fotos de Maria Alice)