
Um silêncio que fala
No meio do que não há
Na floresta já extinta
No leito seco de um rio
Um porto que não se usa
Um velho barco esquecido
A inutilidade do ser
O vazio de tardes tristonhas
Como o ar antes da chuva
Nos dias nublados da vida
A alma inquieta procura
Um norte que pode existir
Perdido na bruma intensa
Onde o amor foi escasso
Do grito preso na garganta
No momento que se fez eterno
No nada que tudo preencheu
(Imagem: foto de Maria Alice)