
O homem se via envelhecer, sem protesto contra o tempo.
Ansiava, sim, que a morte chegasse.
Que chegasse tão sorrateira e morna como lhe surgiram as mulheres da sua vida.
Nessa espera não havia amargura.
Ele se perguntava: de que valia ter vivido tão bons momentos se já não se lembrava deles, nem a memória de sua existência lhe pertencia?
Em hora de balanço: nunca tivera nada de que fosse dono, nunca houve de quem fosse cativo.
Só ele teve o que não tinha posse: saudade, fome, amores.