Le temps est le grand art de l’homme. (Napoléon Bonaparte)

31 de dezembro.
Mais um ano se finda. Amanhã será “Ano Novo”. Depois de amanhã já não será mais nada.
A vida realmente é só o agora, neste instante. Já não o é mais quando comecei a escrever, alguns segundos atrás. Já foi, passou.
Este instante, algo tão fugidio que não podemos reter, é o que nos mostra que estamos vivos.
Um dia, por razões que não sei, alguém resolveu fatiar o tempo.
Os dias, todos iguais – amanhecia, clareava, nascia o sol. Subia ao centro do véu, começava a descer. Sumia, escurecia e anoitecia. Surgiam a lua e seu séquito de estrelas.
E tudo se repetia indefinidamente, e ninguém se preocupava, porque era natural.
Mas – e aí vem o histórico e inevitável “mas” – alguém chamou esse ciclo de infinita repetição de dia (ou day, jour, ditë, дия, prům, dag, tag, giorno, den e outros nomes a cada diferente idioma).
Não contente, agrupou-os de acordo com as fases que enxergava na lua. E finalmente, quando se deu conta de que esta também se repetia, separou as luas e fez os meses. Daí para o ano deve ter sido um pulinho.
E outro, ainda mais esperto, provavelmente mercador de champagne, decidiu que quando se completasse o ciclo do ano, deveríamos comer muito, dançar muito e, para completar tudo isso, beber muito. Champagne, é claro.
Com o tempo, como tudo tende a ser esculhambado em alguns países menos desenvolvidos, passaram a beber cerveja para comemorar (ou bebemorar, já nem sei bem) essa passagem de um ano para o outro.
Tudo porque durante alguns dias alguém não foi trabalhar e percebeu que o sol aparecia e sumia, num ritmo tão certo que poderia ser marcado em um ponto no chão e seria sempre igual. Foi o primeiro relógio.
Amigos, leitores, a todos vocês, pegando carona na ideia genial que um dia alguém teve, desejo que todos tenham seu champagne para estourar nesta noite e que recebam de braços e de corações abertos o novo ano, que será novo somente até amanhã à noite.
(Imagem: banco de imagens Google)