A todas as pessoas que passaram pela minha vida; às que ficaram e às que não ficaram; às pessoas que hoje são presença, àquelas que são ausência ou apenas lembrança…
Foi um vendaval – um forte e quente vento de verão
Que se aproveitou de uma janela esquecida aberta
E subitamente adentrou neste velho coração
E trouxe dúvidas para a essa vida que estava certa
Não consegui contê-lo, e assim também não me contive
E se anoiteci na rotina de tantas tristezas antigas
Amanheci renovada, na paixão incontida
Reavivada no calor dessas lembrançasamigas
Tsunami, temporal, sensações passadas
Desejo, saudade, palavras esquecidas
Torvelinho fatal do que estava resolvido
Fecho hoje com cuidado as janelas – agora já cerradas
E as cinzas, que esvoaçaram doidas, voltam, entristecidas
A cobrir de novo as brasas de um coração adormecido.