O amor é como o sarampo: quanto mais tarde chega na vida, mais perigoso é. (Douglas Jerrold).
Nunca é tarde para amar, se o coração permanecer jovem.
A qualquer momento da vida pode-se descobrir envolvido em uma paixão arrebatadora, porque sentimentos não envelhecem jamais.
Quantas vidas foram desperdiçadas em compromissos que se pretendiam eternos, mas o tempo os desgastou, tornaram-se âncoras e jaulas. E assim o amor morreu e a paixão desapareceu. E as pessoas, por hábito, covardia, ou até comodismo, morrem em vida e imaginam que ainda vivem.
E qual a idade-limite para buscar nova vida, novo amor, outra paixão? Não há. Enquanto há um brilho no olhar, o coração está pronto para o amor.
Quando ainda somos jovens nossos relacionamentos não são duradouros. Sempre temos mais motivos para o rompimento do que para a conciliação. O sentimento de imortalidade e o egoísmo nos tornam insensíveis aos sentimentos do outro, agimos por impulso.
Na juventude a paixão leva a atos impensados, cometemos loucuras em nome de um sentimento que não dominamos nem domamos.
Na maturidade, o sentimento e o arrebatamento são os mesmos. Mas domesticados.
Controlamos as emoções. E então nos tornamos livres para sentir.
Valorizamos o sentimento, o momento e o companheiro.
Mas estamos – nós mesmos – em primeiro lugar. Quando na vida há mais passado do que futuro, quem é capaz de abrir o coração para o amor, será feliz, muito feliz.
Aprendemos, ao longo do caminho trilhado, a nos amarmos. Por isso esse amor “tardio” é sereno e maduro. Um amor sólido. Uma relação sem dependência, mas guiada pela vontade de amar. Esse amor se torna uma corrente de fortes elos, prende a si mesmo, mas não prende o outro. Não há gaiola fechada. Mas queremos ficar.
Antes de amar o outro, amamos a nós próprios. Damos valor apenas ao que é mais importante.
E, principalmente, resgatados por tudo o que sofremos e suportamos na vida, somos, finalmente, livres para amar.