
À medida que diminuem os amanhãs, começamos a analisar todos os ontens. E sopesar as alegrias, as tristezas, os prazeres, as mágoas.
Vamos montando um quadro da nossa existência, posicionando as pedrinhas do que se viveu, dos sonhos não realizados, dos planos abandonados, lado a lado, de acordo com a importância, a forma, a cor…
As lágrimas molham o cimento das dores e fazem a massa para fixar essas memórias… de forma harmônica, agradável e suportável.
Olhamos para o passado com saudade e com vontade. Ah, se pudéssemos viver de novo, se na vida houvesse uma segunda chance… Quanta dor, quanta paixão…
O passado se torna imenso, enquanto o futuro encolhe a cada dia e vemos que pouco nos resta.
Chegamos no tempo das perdas – amigos, familiares, ídolos, todos partindo na última viagem, o que deixa claro que estamos aqui por pouco tempo.
Paira uma tristeza indizível no ar. Sorrimos, seguimos, mas dentro de nós há destroços. Quantas recordações que não queríamos ter acumulado. Mas é inevitável. E essa montagem do que trazemos é a catarse final e necessária para que possamos partir em paz.
Que haja tempo para que cada um de nós consiga montar seu quadro.
Com os cacos de minhas lembranças vou montando o mosaico de minha vida.
(Imagem: Banco de imagens do Google)
Lindo demais, parabéns .
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Obrigada
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Que belo texto! Desenho fidedigno dos nossos dias atuais. Que consigamos montar nosso mosaico.
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