Dia de Poesia – José Ribeiro Borges – Quando eu morrer

Quando eu morrer,
Morrerei em paz,
Humildemente,
Longe de toda a gente,
Longe de tudo o mais.

Me despedirei da vida
Como de um sonho que se esvai.
Não direi: Chorai.
Direi, apenas,
Não tenhas pena
De mim, minha mãe;
Não tenhas pena
De mim, meu pai.

Morrerei, simplesmente,
Obscuramente
Sem adeus adrede
De quem se despede,
De quem se vai.
Como vivi, morrerei:
Pobremente,
Sem um ai.
Como uma flor que murcha,
Como uma gota que cai.
(Imagem: foto de stock no Vecteezy, banco de imagens Google)