Novamente é Natal.
A mesma tristeza, a mesma solidão.
A humanidade continua horrível – guerras, traições, abandono, desamor.
Mas é novamente Natal.
Por pior que seja a realidade, a humanidade continua fingindo felicidade.
Porque novamente é Natal.
Muito se gastou em comidas e presentes.
Pessoas que se detestam confraternizaram.
A hipocrisia imperou. Venceu de novo.
Pois novamente é Natal.
Só não se lembraram da missa nem das orações de Natal.
Apenas quase todos se esqueceram o sentido do Natal…
Aquele menininho que nasceu na manjedoura, fora de seu lar e de sua cidade, seus pais longe de suas famílias e de seu povo, aquele menininho que veio para mudar o mundo, para dividir o tempo em Ante e Depois de seu nascimento, ele continua pobrezinho, exilado e esquecido, mais de dois mil anos depois, sem lugar no coração dos homens.
Mas sorria. Suas dores não contam para ninguém.
Afinal, novamente é Natal.