Da série “Foi poeta, sonhou e amou na vida” – 17 – Paul Géraldy

Paul Géraldy (pseudônimo de Paul Lefèvre, Paris, 06 de março de 1885 – Neuilly-sur-Seine, 10 de março de 1983) foi um dramaturgo e poeta francês.

Paul Géraldy nasceu em París em 1885 onde fez seus estudos. Publicou em 1908 seus primeiros poemas no livro intitulado “Les Petites Ames” (As pequenas almas, em uma tradução livre). Em 1912 ele volta em sua segunda obra poética de nome “Toi et moi”, traduzido para o português por Guilherme de Almeida com o título de Eu e Você, em 1932.

Seu sucesso como poeta foi tão grande que tende-se a negligenciar seu sucesso no teatro onde iniciou escrevendo a peça “Les noces d’argent” de 1917. Ficou eternamente conhecido como o poeta das mulheres e das coisas do coração, Paul Géraldy só voltaria a cena poética em 1960 com o livro “Vous et moi” que teve uma ótima crítica ainda na época.

(Fonte: Wikipédia)

Sabedoria

Não sejamos muito exigentes:
nem sempre a sorte é acessível
a todo mundo, a toda a gente.
Ela é só dos menos sensíveis,
ou dos ricos, naturalmente…
Não desejemos o impossível.
Devemos estar contentes
de ser quem somos:
simplesmente namorados intermitentes
loucamente se namorando
de vez em quando.
É já uma grande cousa a gente
ser dois, à parte, entre os mortais,
dois que se bastam mutuamente
e não se aborrecem demais.
E somos mais exigentes,
se às vezes a alma ainda se sente
solteira e triste, isso é explicável:
temos um gênio insuportável…
ou somos muito inteligentes.


Meditação

A gente começa a amar
Por simples curiosidade,
Por ter lido num olhar
Certa possibilidade.

E como, no fundo, a gente
Se quer muito bem,
Ama quem a ama, somente
Pelo gosto igual que tem.

Pelo amor de amar começa
A repartir dor por dor.
E se habitua depressa
A trocar frases de amor.

E, sem pensar, vai falando
De novo as que já falou…
E então, continua amando
só porque já começou.