Por que prender a vida em conceitos e normas? O Belo e o Feio… O Bom e o Mau… Dor e Prazer…
Tudo, afinal, são formas E não degraus do Ser!
(Mario Quintana)
Será que a beleza existe sozinha, em termos absolutos, ou está nos olhos de quem a vê?
Uma pessoa, ou um lugar, é bonito porque é bonito mesmo, ou depende de quem olha essa pessoa ou esse lugar?
Talvez seja uma grande verdade a frase Quem ama o feio, bonito lhe parece.
Algumas pessoas se acham lindas, e acabam passando essa imagem e todos a acham bonita também, e a olham com olhos de enxergar beleza.
E o que é ser bonito? Preencher alguns requisitos básicos, ter traços regulares, altura razoável… ou apenas não ser terrível, ter traços medonhos…
Ao longo dos tempos o conceito de beleza vem mudando, os termos de comparação sofrem modificações, já foi bonito ser gordo (sinal de prosperidade, de ausência de fome), hoje o modelo é extrema magreza, aparência anoréxica, de quem efetivamente passa fome.
Os cabelos já foram naturais, encaracolados, e hoje o bonito é cabelo escorrido, esticado nem que seja a ferro e formol.
Bonito hoje é ser eternamente jovem, não mostrar idade.
Isso sem falar no desespero das cirurgias plásticas feitas em qualquer lugar, por profissionais que nem sempre dominam a técnica e os resultados são desastrosos.
Hoje engordar é feio, envelhecer é feio…
Não há dúvida que o tempo é uma verdadeira fábrica de monstros, porque a decadência física do ser humano no avançar da idade é deprimente.
Mas faz parte da vida – ou vive pouco e morre jovem ou envelhece.
E mesmo a velhice pode ter sua beleza, seu encanto, se for aceita com naturalidade.
Também bonito hoje é não ter educação. Grosseria, estupidez, nada é feio.
E falta de cultura também é bonito. Ignorância é bonito.
Só que eu não estou gostando muito disso tudo, continuo achando feio o que é feio, independente do politicamente correto.