O infinito da saudade

Paina - ((o))eco

A saudade paira no ar, como a paina depois da floração. É o que resta depois do feitiço da paixão.

Cada pessoa carrega em si sua própria saudade – mas o caminho é igual para todos: construímos, cada qual, nossas memórias de felicidade, para dar origem à saudade.

Plantamos nossa árvore, cuidamos dela com carinho. Um dia, subitamente, ela amanhecerá coberta de flores, inundando nossos olhos com tanta beleza. Como a exuberância de uma paineira florida. E olharemos encantados, o florescer daquele amor cuidadosamente cultivado.

Mas o tempo, cruel, nada perdoa. As flores cairão. No entanto, nossos olhos registraram sua existência e para sempre guardaremos a imagem da explosão de cores e beleza que presenciamos.

Isso é a saudade: a imagem guardada na memória da felicidade que o tempo nos tirou.

Onde era a paisagem exuberante, hoje é apenas um vazio silencioso.

E o vento espalha a paina do lembrar no bailado infinito da leveza do que se vai para nunca mais voltar.

(Imagem: banco de imagens Google)

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