Dia de poesia – Fernando Pessoa – Na véspera de nada (Memória)

Na véspera de nada

Ninguém me visitou.

Olhei atento a estrada

Durante todo o dia

Mas ninguém vinha ou via,

Ninguém aqui chegou.


Mas talvez não chegar

Queira dizer que há

Outra estrada que achar,

Certa estrada que está,

Como quando da festa

Se esquece quem lá está.

(Imagem: Ilustração de Ilustr. S. Hee – Correia do Sul, 1963)

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