Dia de poesia – Débora Zanon

Se atire em mim

Como em um voo rasante.

Um suicídio.

Sem qualquer trava de segurança.

Sinta o medo

E o prazer

Do caminho sem volta.

Que pode significar o concreto.

Sem rede de proteção

Despedaçado no chão

Sem ter como colar nenhum pedaço

Se atire em mim.

Como em um precipício.

Com um profundo mar

Distante e irreal.

Como loucura.

Insanidade.

Sinta o frio na alma.

De se desvencilhar.

Do que foi concebido.

Ou vivido.

Que pode significar.

Chegar ao ponto sem volta.

Que pode ser um mergulho doce.

Em águas profundas

Penetrado por sentimentos.

Contraditórios

Revolucionários.

O enlace no mergulho

No vazio.

Preenchido de emoção

Calor.

Nossos corpos unidos.

Em comunhão imperfeita.

Mas em doce fusão.

Em busca do limite extremo da carne.

Dá alma.

Dá euforia.

Dá dor.

Vivos…

Sem entorpecimento.

Ou entorpecidos em nós mesmos.

Tanto faz..

Mergulhe no que não conhece.

Mergulhe em mim.

Que te acho.

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