
Não é bem o amor que me mata.
O que acaba comigo é esta distância que não nos separa.
Esta distância que nos aproxima. A distância que eu encurto de cada vez que dou comigo a sonhar-te, e que, o sonho me parece tão real que até há espaço para um abraço.
O que me mata é ter apagado os milhares de quilómetros que o mundo desenhou entre nós para te sentir junto a mim em cada segundo que passa.
O amor é assim, é um veneno que nos torna viciados nessa necessidade de o termos sempre por perto. O amor é o alimento que nos tira a fome, para nos dar vontade de vivermos nos braços de quem amamos.
O amor mata-nos e obriga-nos a continuarmos vivos e com o eterno desejo de o celebrarmos a cada minuto das nossas vidas.
E no entanto, eu morro de amor por ti todos os dias.
Morro de amor, todos os dias quando procuro agarrar-me a esta paixão avassaladora que me mata, por te desejar tanto.
E esta morte dá-me vida.
É tão bom morrer todos os dias para te poder continuar a amar no dia seguinte. Para poder continuar a sonhar com tudo o que ainda não vivemos e que eu vou desenhando nos nossos sonhos.
O amor é o melhor veneno que a vida me ofertou.
É o alimento que sacia sem me dar peso, pelo contrário desde que descobri este amor tenho tanta leveza que consigo viajar até ti a toda a hora.
Este amor é o renascer de uma vida esquecida. É a morte anunciada de uma solidão que nunca foi desejada.
É o final de um drama que nunca quis escrever.
Este o amor é o primeiro passo para deixar que tudo possa recomeçar a viver.
(Imagem: banco de imagens Google)