No dia em que nos separamos o sol brilhava
E pássaros inundavam o ar com seu canto delicado.
Naquela noite a lua, insensível, surgiu radiante
E reinou soberana liderando o séquito de estrelas brilhantes.
E as flores da noite se abriram e perfumaram os caminhos.
As aves, amantes, aos pares se recolheram aos ninhos,
E o vento soprou mansinho,
apenas leve brisa a acalentar as folhas.
Nada nem ninguém viu meu desespero, tanto sofrimento;
Lágrimas escondidas misturadas ao sangue
corriam em minhas veias,
Não houve dentro de mim qualquer alegria,
qualquer alívio ou bálsamo
Somente a dor aguda de mais uma separação,
que me inundava toda
E ocupava os lugares onde até então era só alegria,
sorriso e êxtase.
Amanheceu um novo dia.
A natureza não se abala com a dor alheia.
Como se tudo estivesse bem, o sol brilhou novamente.