Meus versos soltos flutuam e se perdem
pelos cantos da casa da minha alma
fogem impunes pelas frestas das janelas
ou se escondem atrás das pesadas mágoas
Tento, em vão, capturá-los uma a um,
trazê-los de volta para a minha poesia
mas escorregam pelo tampo da mesa
correm pelo chão onde desaparecem,
e se confundem com as águas que caem
dos olhos em doloridos prantos sofridos
e derramados na hora derradeira
do último amor que aqui um dia habitou.