
Sinto tédio.
É tanto, tanto tédio, que se transforma em náusea.
Tenha náusea da vida.
Tenho náusea dos pensamentos alheios, das vozes que se dirigem a mim. Não me interessam os assuntos, não me interessam as conversas…
De repente a vida se tornou um grande pote de doce de leite.
E já cheguei na terceira colherada. Daqui para frente é extremamente enjoativo. Não dá para engolir. Não dá para cuspir, não dá para prosseguir.
Não dá para parar, nem para voltar atrás…
As redes sociais, cheias de pessoas vencedoras e felizes só humilham quem é – ou se sente – diferente.
Quero ter o direito de ser infeliz, de não ouvir conselhos nem palpites, de viver do jeito louco que acho que é o certo, de dar vazão à minha maluquice, de não andar com a boiada, de ver o mundo com meus próprios olhos, e que os incomodados que se mudem.
Quero poder não acreditar em verdades e seguir as mentiras agradáveis. Quero poder fazer tudo errado, quero voar sozinha, quero encontrar o meu mundo.
Já nem sei mesmo se estamos vivos, ou somos mortos que não entenderam que tudo se desfez no tempo e no escuro.
Nosso mundo acabou e ninguém notou.
Somos todos zumbis servindo ao consumismo e à classe dos morto-vivos da política nojenta e rasteira, não há vida nem inteligência, só movimento.
De repente, quero gritar, mas minha voz já se calou…