
A facilidade da internet é inversamente proporcional à sua pressa e/ou à sua necessidade.
Há dias que só tenho problemas com toda essa – cara – porcariada que mantenho tentando conseguir acompanhar lives, seja aula, seja entrevista, seja lá o que for, entre outras coisas medonhas que esse isolamento desgraçado nos impõe.
Muitas vezes sequer conseguirmos ler um e-mail. E a explicação nunca é a falha do serviço porco que as operadoras nos entregam, mas sempre é culpa do consumidor: o chique da hora é alegar excesso de acesso.
Ou o computador não liga e o notebook trava.
Ou a bateria de um acaba ou o wi-fi desmaiou e não volta. Ou os milhares de programas que você ou seu técnico instala não funcionam mais.
Ou seja, você quer seguir uma aula, precisa entrar em contato com uma pessoa – a maioria agora só atende via whatsapp (o que, por si só, é o horror dos horrores) e tudo falha.
Você precisa dos resultados dos exames clínicos e o laboratório só fornece via internet – mas as senhas não funcionam ou o programa do laboratório requer um software diferenciado para fornecer o que você precisa.
E assim vai a vida, onde se perdem horas tentando fazer essas coisas funcionarem.
Ao longo de uns trinta anos de computação, pelo menos sei a diferença entre software e hardware: software é o que você xinga e hardware é o que você chuta.
Os programas hoje se assemelham aos médicos especialistas: enquanto estes sabem cada vez de cada vez menos, os softwares servem cada vez mais para cada vez menos.
Meu sonho de consumo hoje em dia não é um iPhone 12. Mas sim desconectar televisão e internet da minha casa e da minha vida.
Vou procurar um caverna para morar e tentar viver em paz.