
Então, de novo é Natal.
Nada mais do que se ter de volta dois dias de hipocrisia explícita, sorrisos forçados, abraços enojados…
E a humanidade imagina estar cumprindo seu papel.
Estão as pessoas dentro da ilha da própria existência, enredados na teia de aranha chamada família, por isso não enxergam a ilha nem se dão conta da própria miserabilidade existencial.
Diz-se que (essa expressão sempre me leva de novo ao paraíso Ilha da Madeira, que saudade!) nessa vida o homem põe e Deus dispõe.
Eu acredito.
Pensei ser dona da minha vida e assim vivia, até Sua mão se manifestar e começar a comandar minha existência de forma completamente inesperada. E para a qual, confesso, estou completamente despreparada.
Mas abaixo a cabeça e aceito a manifestação do Meu Senhor na minha vida.
Há alguns dias estava desesperadamente sozinha.
E perguntava: – Por que, meu Deus? Para que? O que ainda tenho de aprender?
Depois de muito rezar e meditar, a paz voltou.
Consegui encontrar comigo mesma, aquela eu de alguns anos atrás, e aguardo, ansiosa os rumos que virão, para onde a vida agora me levará. Vou remar, com alegria, e Ele conduzirá o barco. E chegarei em algum porto a mim destinado. Com segurança.
Vejo, nas redes sociais, que recebo dezenas de votos de Feliz Natal. Alguns absolutamente mentirosos, de pessoas que nada desejam para mim. A todos respondo. Mesmo a esses últimos. Afinal, por bem ou por mal, a pessoa se lembrou de mim. Envio boas vibrações.
Recebo, também, dezenas de fotos de encontros familiares. De algumas pessoas sinto muito saudade, outras me são indiferentes.
Copos brindando… e eu, aqui, da mesma forma que na canção Champagne, também brindo sozinha, … Mi sembra una pazzia, brindare solo, senza compagnia…
Só lamento não estar em um local onde pudesse estalar o dedo e comandar: … Cameriere, champagne…
Em outras fotos, fartas mesas à espera da imediata destruição da elaborada decoração.
Todos sorriem.
Ou devem estar sorrindo, porque, por graça ou tentando disfarçar o medo, alguns usam máscaras, mesmo para encontro doméstico em família, talvez sintam asco pelos familiares e, tentando ser engraçados, aproveitam o vírus chinês para manter o isolamento.
Outros se apresentam em trajes de centro cirúrgico, que na verdade, ainda que tentem ser engraçados, mostram uma covardia inominável. Que medo da hora final!!! Que pecados e temores esse povo carrega no escuro da alma?
E eu me pergunto: o que é isso???????? Confraternização dos medrosos?
Não é obrigatório passar o Natal em família ou com outras pessoas, nada de ruim acontece a quem fica na própria casa, sem nenhuma confraternização, mesmo porque, depois que todos estiverem bêbados estarão sem máscaras, dando beijos na boca e respirando uns na cara dos outros. Ou bêbado não pega covid?
Estou aqui, de peito aberto, coração valente, enfrentando local onde o contágio – caso realmente exista – é de altíssimo risco – e não temo o covid. Penso até que essa maldição deveria ser como a nuvem de gafanhotos da praga bíblica: pegar todos os que devem morrer dela e já resolver a questão em poucos dias e ir embora. Deixar o mundo em paz. Porque faremos o rescaldo e voltaremos à vida. Apenas os fracos tudo temem e se rendem. Não se reerguem, não renascem das cinzas de uma desgraça, pessoal ou coletiva.
Não tenho medo nem do covid nem da morte, seja ela por praga, vírus, bala, punhal ou pancada. Na hora em que ela se apresentar a mim, a olharei nos olhos e direi: – “Vamos, esperei a vida toda por esse momento, que era minha única certeza!”
Apenas odeio essa maldita peste chinesa que travou minha vida e destruiu a realidade, com a ajuda de governador canalha com seus malditos decretos lastreados na vontade perversa dos guardiães da constituição em destruir o país e o beneplácito da horda de políticos sevandijas que o povão ignaro e arrogante insiste em reeleger.
Sejam todos – chineses, magistrados e políticos amaldiçoados para sempre.
Mas, é Natal.
Então, de novo é Natal, por esse motivo todo mundo pendura esse trapo na cara, sorri – ou não – e fala “FELIZ NATAL”