
Ah, saudade…
Tanta saudade, tanta ausência, tanta falta…
Às vezes penso que sou feita só de saudade, por isso a distância existe – para que eu também possa existir…
Não há Drummond, Vinicius ou Neruda que consiga cantar a saudade que sinto. Essa saudade é tão minha, tão carne, tão sangue, que outros não a pressentem nem sentem. Só eu posso tê-la, senti-la, descrevê-la. É o que mais tenho de meu nessa vida: essa saudade, companheira inseparável, péssima conselheira, grande estimuladora de bobagens, bebedeiras, e lágrimas.
Porque sentir saudade é viver do que não há; é tentar forçar a realidade dentro da névoa do esquecimento; é tentar esquecer dentro do whisky; é chorar, chorar e chorar…
A vida, muitas vezes, é leve, mas a saudade que arrasto tem um peso imensurável.
A presença é pouca, é pequena. Mas a ausência, ah, essa é ilimitada. E a saudade que a ausência traz é de tamanho indescritível.
E por isso o sorriso se torna raro. A alegria se esgarça.
Caminho, levando comigo o fardo e a doçura dessa imensa saudade. Que se tornou, depois de tanto viver a meu lado, a única e fiel companhia que tenho.
(Imagem – banco de imagens Google)