
Não, não é sobre viver. Mas sobre como sobreviver.
Quando todas as portas se fecharam, o escuro e o silêncio se fizeram a seu redor, e você, paralisado, já não tem para onde ir.
Você poderia estar, alegremente, buscando um novo imóvel para se mudar e começar uma nova vida.
Mas você se surpreende entrando em uma agência funerária e escolhendo uma urna para suas cinzas.
Você poderia estar planejando uma nova viagem, nova aventura, novo viver. Mas apenas marcou na agenda uma data limite para suportar o peso da vida. E essa data se aproxima a passos largos. Você não tem saída. Sabe quando e onde. Mas ainda precisa decidir o como.
Você poderia estar comprando novas roupas, novos livros, fazendo planos. Mas está esvaziando os armários, doando para obras de caridade, bibliotecas públicas, porque nada mais será necessário.
Você poderia estar planejando uma nova vida. Mas só consegue planejar a morte.
Você poderia estar escrevendo, neste momento, um post apaixonado. Mas faz mais sentido escrever seu testamento.
Isso tem nome. Isso machuca. Isso dói.
Isso é mais do que desespero – isso é desesperança.
(Imagem: banco de imagens Google)