
Já não há domingos Todas as vidas gastei para morrer contigo. E agora …esfumou-se o tempo e perdi o teu passo para além da curva do rio. Rasguei as cartas. Em vão: o papel restou intacto. Só os meus dedos murcharam, decepados. Queimei as fotos. Em vão: as imagens restaram incólumes e só os meus olhos se desfizeram, redondas cinzas. Com que roupa vestirei minha alma agora que já não há domingos? Quero morrer, não consigo. Depois de te viver não há poente nem o enfim de um fim. Todas as mortes gastei para viver contigo.
(Imagem: foto de Miguel Angelo Barbosa)