Ter penas não é ser livre / Nem nos pode libertar
Um par de asas apenas / Se falta o céu pra voar
(João Chagas Leite)

Voar… nada mais livre do que voar.
Símbolo maior da liberdade é o voo – talvez os pássaros sejam os animais mais livres da face da Terra.
Voar é contar consigo mesmo e acreditar. É confiar em si mesmo e na própria capacidade de ir além, quebrar fronteiras, ultrapassar limites. Ninguém pode voar pelo outro.
Assim, a primeira condição para voar é a auto confiança.
Mas também depende da sensação de liberdade. Não adianta ter asas nem ter o céu para voar, se a alma não for livre o suficiente para alçar o voo.
Há quem seja livre de alma e não pode voar por não possuir asas.
Há quem as tem mas não possui a alma livre para voar. A alma livre é a coragem.
Se o pássaro não tiver coragem de voar, ficará eternamente cativo, ainda que tenha asas e as portas da gaiola permaneçam abertas.
Quantos são prisioneiros vivendo em liberdade, quantos continuam livres, ainda que encarcerados?
Aqueles que têm alma de prisioneiro se resignam e aceitam qualquer limitação, qualquer prisão, mas quem tem a alma livre acaba por encontrar a liberdade.
Ainda que prisioneiro da Ilha do Diabo, ou de Alcatraz, ou da Torre de Londres.
Seja René Belbenoît, sejam Frank Morris e seus dois companheiros, seja o padre John Gerard. Ou, na literatura, Jean Valjean ou Edmond Dantès, dentre outros.
A lição que todos nos deixam é que a alma livre faz o homem livre.
O voo do pássaro simboliza o sonho de liberdade do homem.
Pássaro cativo não voa.
E voar é a imagem da liberdade.
(Imagem: banco de imagens Google)