Um dia, ao ler alguma coisa que aqui postei sobre Saudade, meu padrinho, Elcio, me ligou para elogiar o texto e disse: “Não sei se você tem saudade, se você sente toda essa saudade que você escreve, mas gosto tanto dos seus textos desse tema, que acho que você deveria escrever exclusivamente sobre saudade…” Dedico esse post de hoje a ele, que, agora também, é uma das minhas maiores saudades…
Para falar de saudade

Ah, saudade…
Tanta saudade, tanta ausência, tanta falta…
Às vezes penso que sou feita só de saudade, por isso a distância existe – para que eu também possa existir…
Não há Drummond, Vinicius ou Neruda que consiga cantar a saudade que sinto. Essa saudade é tão minha, tão carne, tão sangue, que outros não a pressentem nem sentem. Só eu posso tê-la, senti-la, descrevê-la. É o que mais tenho de meu nessa vida: essa saudade, companheira inseparável, péssima conselheira, grande estimuladora de bobagens, bebedeiras, e lágrimas.
Porque sentir saudade é viver do que não há; é tentar forçar a realidade dentro da névoa do esquecimento; é tentar esquecer dentro do whisky; é chorar, chorar e chorar…
A vida, muitas vezes, é leve, mas a saudade que arrasto tem um peso imensurável.
A presença é pouca, é pequena. Mas a ausência, ah, essa é ilimitada. E a saudade que a ausência traz é de tamanho indescritível.
E por isso o sorriso se torna raro. A alegria se esgarça.
Caminho, levando comigo o fardo e a doçura dessa imensa saudade. Que se tornou, depois de tanto viver a meu lado, a única e fiel companhia que tenho.
(Imagem – banco de imagens Google)