Um livro é como um filho.
Você o pensa, depois o sonha. Depois que o concebe, são meses até seu nascimento.
Há todo um processo a ser seguido, você tem de se preparar para as horas de prazer, mas também há os momentos não tão doces…
Escrever é religião. Está no sangue. Não dá para ignorar. Você tem de escrever. Se é romance ou um conto mais longo, quando você o deixa de lado, os personagens surgem no seu pensamento, conversam com você, cobram que continue a escrever, querem ter vida, querem que se lhes dê à luz.
Se é poesia, ela fica dançando e rodopiando dentro da cabeça, até você não aguentar mais e a despejar em um papel. Aí ela toma forma e vida própria.
Mas publicar o livro, não é tão simples quanto escrever o livro.
As chatíssimas revisões.
Parece um pingue-pongue com bolinha presa à raquete com elástico. Vai-e-vem, vem-e-vai…
Aí a capa.
Um dia, do nada, você visualiza a capa.
E então o ilustrador tem de entrar em sua mente para enxergar o que você está vendo. E colocar tudo no papel. E sair igualzinho você pensou…
Se houver ilustrações internas, esse processo se repete tantas vezes quantas forem as ilustrações.
Aí – se você for sortudo e tiver uma editora séria – entrega tudo na editora.
Aguarda o registro.
As provas.
Finalmente, um dia, um envelope – ou pacote – está sobre sua mesa quando você chega do trabalho.
Com o coração aos pulos você abre e – Eco!!!!! – eis seu filho amado, ou melhor, seu livro sonhado ali, materializado, lindo, em suas mãos.
Não há outro jeito, senão abraçá-lo e deixar as lágrimas correrem.
Cada livro publicado é um novo processo, uma nova torrente de emoções.
Espero passar por muitas outras mais na vida…