
Quero a beleza do amanhecer na floresta, com o ruído das folhas ao vento
Misturados à algazarra animada dos pássaros e às cores do dia que surge.
Não posso ficar indiferente a tanta beleza, a tanta alegria da natureza
Que nesse altar se revigora todas as manhãs, e renova a vida, o céu e a terra.
Mas também quero o silêncio do longo anoitecer no lago da montanha
Com suas cores exóticas, brisa amiga, longos pios do longe dentre as árvores
E a água se vestindo de ouro, de azul, de prata, de cinzas vários até enegrecer
E cair a noite, cálida e amiga, despertando os corações para novas paixões.
E não quero viver longe da cidade grande, com seu caos organizado, sua vida
Pulsante que nos provoca sempre – sobreviver é a proposta, viver é o desafio
Onde tudo é difícil, mas maravilhoso, tudo longe, mas compensador e vibrante
E ali, na madrugada que se esvai, então dormir com a certeza de um novo dia.
Mas preciso do mar, meu amado mar, de tantas vestes diferentes e humor variado
Nas horas sem fim, que passo a mirar as águas, as ondas vadias que me chamam
Ouvir seu canto infinito, sua eterna canção de me ninar nas noites insones
Apenas estar. Sentir. Não pensar, não sofrer, voltar às origens da vida sem dor.
Tudo isso eu quero, ver a vida de tantas e diferentes janelas, nunca ficar parada
Ter a certeza de que em algum lugar alguém me espera com ansiedade, sabendo que irei
Porque nunca estou, sou vento, sou chuva, apenas passo e não me detenho.
Voltarei pelo seu amor: não posso parar, sou ave de arribação. Espera por mim!