Poesia da casa – Se acaso pretende voltar

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Não tranque as portas. Não levante muros.

Não destrua as pontes. Não apague caminhos.

Deixe seus sinais nos lugares por onde passar

Deixe sempre suas lembranças nas pessoas

Conserve suas trilhas abertas e os atalhos limpos

Porque um dia você foi. Fechou a porta e partiu.

Atravessou tantas pontes, cruzou algumas fronteiras

Passou por tantos lugares impensados

Encontrou muitas pessoas desconhecidas

Seguiu por trilhas surpreendentes, atalhos perigosos Mas você foi. Deixou tudo para um dia ir.

Nada o atraiu. Nada o chamou. Nada o prendeu.

E poderá, por isso, um dia querer voltar.

E, num ímpeto, em sentido contrário caminhará

Buscando o inverso das trilhas, a bifurcação dos atalhos

Revendo aquelas mesma pessoas pelas quais passou

E passará as mesmas fronteiras, terá as mesmas pontes

Voltando pelo mesmo exato caminho da ida

Até encontrar aquela mesma porta por onde já saiu.

Nem precisa bater, se você não a trancou quando se foi

Bastará empurrá-la, e entrar, quando voltar.

Dia de Poesia – Pablo Neruda – Parto

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Já não se encantarão os meus olhos nos teus olhos,
já não se adoçará junto a ti a minha dor.

Mas para onde vá levarei o teu olhar
e para onde caminhes levarás a minha dor.

Fui teu, foste minha. O que mais? Juntos fizemos
uma curva na rota por onde o amor passou.

Fui teu, foste minha. Tu serás daquele que te ame,
daquele que corte na tua chácara o que semeei eu.

Vou-me embora. Estou triste: mas sempre estou triste. Venho dos teus braços. Não sei para onde vou.

…Do teu coração me diz adeus uma criança. E eu lhe digo adeus.