Passem-se dias, horas, meses, anos
Amadureçam as ilusões da vida
Prossiga ela sempre dividida
Entre compensações e desenganos.
Faça-se a carne mais envilecida
Diminuam os bens, cresçam os danos
Vença o ideal de andar caminhos planos
Melhor que levar tudo de vencida.
Queira-se antes ventura que aventura
À medida que a têmpora embranquece
E fica tenra a fibra que era dura
E eu te direi: amiga minha, esquece…
Que grande é este amor meu de criatura
Que vê envelhecer e não envelhece.
(Soneto de aniversário)
Aqui, a blogueira dialoga com o Poeta, enquanto ouvem uma das mais lindas canções de sua extensa obra…
Se ela tivesse a coragem de morrer de amor (e eu teria, e eu tenho, toda a coragem tanto para morrer quanto para viver de amor a seu lado)
Se não soubesse que a paixão traz sempre muita dor, (mas isso eu sei, talvez saiba mais que tantos que já pensaram saber, mas insisto na paixão, mesmo assim)
Se ela me desse toda devoção da vida, num só instante, sem momento de partida. (Eu a daria. Toda a devoção e até a própria vida. E não partiria nem te veria partir. Jamais.)
Pudesse ela me dizer o que eu preciso ouvir. (eu podia e o diria, com todo amor, diria tudo e ainda mais, se você pudesse me ouvir).
Que o tempo insiste porque existe um tempo que há de vir, (e juntos teríamos todo esse tempo para amar, amar e sempre amar)
Se ela quisesse, se tivesse essa certeza, de repente, que beleza, ter a vida assim ao seu dispor. (você não percebeu, mas eu quis, eu tive essa certeza e sonhei com essa vida a meu dispor)
Ela veria, saberia que doçura, que delícia, que loucura, como é lindo se morrer de amor… (eu vi e eu sabia, e ainda mostraria a você como é ainda mais lindo se viver de amor…)
Ah, Poeta, mas nada disso aconteceu. Você cantou, eu ouvi, e me encantei. E isso foi tudo. Você é eterno, imortal. Seu canto nunca se foi. Sua poesia jamais morrerá. E o encanto ficará para sempre.
Feliz eterno dia de seu aniversário.
Os Poetas não morrem, encantam e permanecem!