Dezembro conseguiu chegar, não obstante a pandemia, a hipocrisia, a histeria e tudo o mais de ruim que dominou este ano.
Ainda que alguns políticos estejam ameaçando proibir até mesmo as comemorações natalinas familiares, não há como fazer a população ignorar a realidade: ESTAMOS EM DEZEMBRO. NATAL . REVEILLON.
Para as crianças, o significado de tudo isso é um só: Papai Noel virá trazer os presentes de Natal.
Mas para os “mais crescidinhos”, Dezembro tem outra cara: os domingos do Advento, as missas solenes, a preocupação em organizar os encontros familiares.
E, para os donos de supermercado, além do vertiginoso aumento das vendas, a inclusão de faixa única no playlist – basta apenas o Jingle Bells. A partir do final de novembro, se você entra em um supermercado, tome jingle bells. De manhã, à tarde e à noite. Quando chega o Natal ninguém mais suporta ouvir essa música. De vez em quando até variam. Com apenas outra, a Simone cantando Então é Natal…
Mas são muitas as canções natalinas. E lindas. E as gravações, antigas ou modernas, extremamente agradáveis.
Tenho a minha predileta. Ao ouvi-la sou transportada para o verdadeiro espírito natalino.
Embora avessa às comemorações forçadas, hipócritas e comerciais do Natal, trago em mim o sentido religioso da festa máxima da Cristandade. Não há Natal sem Adeste Fideles. E, em qualquer ocasião, ouvi-la me traz o Natal.
E tantas outras canções – ouvidas desde muito cedo nas missas, depois cantada junto com os grupos de jovens, e, bem mais tarde, ensaiadas com as Irmãs e as crianças que se apresentavam na Paróquia que eu frequentava. Quantos Natais na minha vida.
Mas há um acorde inicial em uma harpa, pelas mãos abençoadas de Luis Bordon, que me traz o Natal, devolve à memória o cheiro dos assados, das frutas, da grande e cheirosa árvore montada na sala…
E, principalmente, devolve-me os sons do Natal, os sons da minha casa, num tempo distante em que tudo era alegria, em que havia as risadas dos primos, as vozes de meu pai, minha mãe, avós e tios, em que havia o infalível brinde da meia-noite, em meio à maravilhosa ceia que minha mãe caprichosamente preparava, o brinde comandado pela Vovó Nenê “Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens por ele amados”…
Ouvir esses acordes iniciais basta para me levar de volta a esse passado, que nunca passou de tudo, e a emoção impede que continue a escrever
Achei longo o texto. Acho que é porque não gosto do Natal.
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Não gosto de Natal. Detesto Réveillon e odeio aniversário
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