
Aos trancos e barrancos chegamos nas últimas horas desse ano esquisito.
2020, o ano que não vivi. Isso não é só o título de meu último livro, mas o sentimento que trago desse ano desanado e não vivido. Não foi um ano. Não usamos, não desfrutamos, não aproveitamos.
Esperei muito a virada 2019-2020.
Porque 2019 foi um ano muito difícil, muito triste, de intensas e sofridas perdas. Então, de frente para o meu mar, vendo a magnífica queima de fogos, em minha varanda rezei, pedindo que 2019 passasse de vez, não deixasse nada para trás e eu pudesse voltar a viver.
E pensei que seria assim, um janeiro de gratas surpresas e alegrias.
Fevereiro, mês quente no clima e morno na vida, travado pelo carnaval.
Quando entrou março, cheio de promessas, somadas alegrias – nos três primeiros meses participei de seis concursos literários e fui premiada nos seis – de repente surge a peste chinesa, premiações, eventos, encontros, tudo cancelado. Passagens aéreas perdidas, amizades distantes, tudo se desfazendo no ar.
E acabou o ano.
Não existiu de abril a dezembro. Simplesmente evaporou-se em março. E desapareceu.
Acrescente-se a isso sérios e graves problemas de ordem pessoal e familiar, e temos o meu ano de 2020. O pior de minhas muitas décadas.
Vejo, com alívio, a chegada dessa noite de 31 de dezembro. Depois de alguns dias de intensas chuvas e uma noite de tempestade arrasadora, com granizo, vendaval, desabamentos, arrancamentos, e hoje mais um dia estranho, de chuva fria, nesse momento anoitece suavemente, entre azuis e lampejos de algum sol que vigiou a terra por cima das nuvens o dia todo e agora mostra alguns raios. Amainados pelos temporais, mas que sabemos existir e temos certeza de que um dia voltará a brilhar, soberano e imponente.
E que venha 2021.
Que nos traga desafios. Nós os enfrentaremos.
Mas nos traga alegrias e adições.
Chega de tristezas e perdas.
Que venham novos dias, e sejam de paz. De saúde.
Feliz ano de 2021 a vocês, meus leitores, amigos e incentivadores.
Feliz 2021,que seja um ano de saúde e paz!
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Para todos nós!
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