A todas as pessoas que passaram pela minha vida; às que ficaram e às que não ficaram; às pessoas que hoje são presença, àquelas que são ausência ou apenas lembrança…
Ama-me tonto, e ama-me são.
De ti não almejarei as ansiedades
que botam para fora os animais que te habitam
e não desejarei as falsidades
que o vinho te provoca e que o fumo te acende.
Ama-me como se eu fosse a casta ovelhinha
e tu foste o ladrão,
aquele que deseja acima dos propósitos.
E se tiveres que vender a ovelhinha, vende-me
e se tiveres que matar a ovelhinha para que teu
nome não se suje,
mata-me também,
mas antes, ama-me com saúde, e ama-me alegremente,
enquanto não chegue o desaparecimento
de um de outro na transmutação do nosso amor.
(Imagem: RInaldo e Armida, pintura de Francesco Hayez)