Reticências…

Visualização da imagem
Adoro reticências...
Aqueles três pontos intermitentes
que insistem em dizer que nada
está fechado, que nada acabou,
que algo sempre está por vir!
A vida se faz assim!
Nada pronto, nada definido.
Tudo sempre em construção.
Tudo ainda por se dizer...
Nascendo...
Brotando...
Sublimando...
Vivo assim...
Numa eterna reticência...
Para que continuar ponto final! 
O que seria de nós sem a 
expectativa de continuação...
(autoria desconhecida)

(Imagem: foto de Maria Alice)

Memória do blog – Turbilhão

A vida nada mais é que uma sucessão de emoções – sonhos, desejos, satisfações, frustrações, tristezas, alegrias, esperança e desesperança. Às vezes quando estamos realmente felizes, freamos nosso sentir, por medo da tristeza que virá em seguida para cobrar o preço da felicidade. Como se não tivéssemos o direito de sermos felizes.

E todas essas emoções se sucedem – por vezes se atropelam – em nossa alma e nos deixam sem norte.

Hoje você vai dormir feliz, satisfeita, cheia de esperanças de realizar um sonho. A madrugada, com suas mãos frias e invisíveis, revira tudo e de manhã você desperta imersa em tristeza, frustração, desesperança e sem nenhuma alegria.

O que houve, se você apenas adormeceu? Adormeceu em um mundo e despertou em outro? Que magia é essa que transformou sua vida enquanto você não velava pelo seu destino, pelo seu amor? Ingenuidade, excesso de confiança? Sua certeza de ter as rédeas da vida em suas mãos, e que, portanto, só haverá mudança de acordo com seu querer?

Mas o destino é traiçoeiro, prepara mil armadilhas. E quando você relaxa, acreditando que finalmente atingiu seu nirvana, cruel turbilhão surge arrasando tudo e você percebe que, na verdade, nunca deteve as rédeas da vida, e que suas mãos sempre estiveram – agora estão mais ainda – completamente vazias.

Dia de poesia – Cecília Figueiredo – Solilóquio

File:Francesco Hayez - Rinaldo and Armida - WGA11209.jpg - Wikipedia
Ama-me tonto, e ama-me são.
De ti não almejarei as ansiedades
que botam para fora os animais que te habitam
e não desejarei as falsidades
que o vinho te provoca e que o fumo te acende.
Ama-me como se eu fosse a casta ovelhinha
e tu foste o ladrão,
aquele que deseja acima dos propósitos.
E se tiveres que vender a ovelhinha, vende-me
e se tiveres que matar a ovelhinha para que teu
nome não se suje,
mata-me também,
mas antes, ama-me com saúde, e ama-me alegremente,
enquanto não chegue o desaparecimento
de um de outro na transmutação do nosso amor.

(Imagem: RInaldo e Armida, pintura de Francesco Hayez) 

Texto de Miguel Esteves Cardoso – Alma gêmea

Como é que se reconhece a alma gémea? No abraço.

O coração pára de bater.

A existência é interrompida.

No abraço do irmão, do amigo, da amante, há sensação, do corpo, do tempo, do coração. Há sempre a noção dum gesto posterior.

No abraço de duas almas gémeas, mesmo quando se amam, o abraço parece o fim. Uma pessoa sente-se, ao mesmo tempo, protegida e protectora.

E a paz é inteira – nenhum outro gesto, nenhuma outra palavra, é precisa para a completar.

Pode passar a vida toda. Não importa.

Quando duas almas gémeas se abraçam, sente-se o alívio imenso de não ter de viver.

Não há necessidade, nem desejo, nem pensamento.

A sensação é de sermos uma alma no ar que reencontrou a sua casa, que voltou finalmente ao seu lugar, como se o outro corpo fosse o nosso que perdêramos desde a nascença.

(Imagem: banco de imagens Google)

Prece

Qualidade da prece por Allan Kardec - Kardec.Blog

Que você se cure das desculpas que nunca vieram, do perdão que nunca chegou.
Que você se cure do silêncio que deixaram quando tudo que você queria era uma explicação.
Que você se cure da falta de respeito e entenda que nem sempre o outro vai ter a mesma consideração e isso não diminui o que você é.
Que você se cure das promessas que nunca se cumpriram, das palavras que não se tornaram atitudes.
Que você se cure do adeus sem despedida, do vazio que fica quando alguém que amamos decide ir e não nos levar juntos.
Que você aceite que quem te feriu não vai te curar, porque muitas vezes, essa pessoa nem tem dimensão da ferida que ficou aberta no seu peito.
Que você se cure de quem te magoou.
Que você se cure de todas às vezes que se doou e doeu na mesma proporção.
Que você se cure, pois nada nessa Vida te faz mais forte do que superar o que um dia te magoou. (Autor desconhecido)

(Imagem: banco de imagens Google)