
Magoados, ao crepúsculo dormente, Ora em rebojos galopantes, ora Em desmaios de pena e de demora, Rios, chorais amarguradamente, Desejais regressar...Mas, leito em fora, Correis... E misturais pela corrente Um desejo e uma angústia, entre a nascente De onde vindes, e a foz que vos devora. Sofreis da pressa, e, a um tempo, da lembrança... Pois no vosso clamor, que a sombra invade, No vosso pranto, que no mar se lança, Rios tristes! agita-se a ansiedade De todos os que vivem de esperança, De todos os que morrem de saudade...
(Imagem: foto de Carlos Eduardo Ferreira)