
Eu sou aquela que espera, dia e noite Uma espera sem acreditar Uma espera de nada Por vezes nem mesmo sem nem saber O que se está esperando Porque já não se deseja nada Tanta espera, tanto vazio E uma saudade sem fim Eu sou aquela que sente saudade De um tempo, de um dia, De um momento, quase nada Saudade de um olhar, de um toque Um cheiro que o tempo não leva Um amor que o tempo não extingue Uma esperança desesperançada Um querer que só faz sofrer Eu sou aquela que sofre Por um abandono inexplicado Por um descaso tão doído Um sofrer do fundo da alma Que apaga o brilho do olhar Que embaça até as estrelas E tem sempre vontade de chorar Eu sou aquela que chora Que as lágrimas escorrem quentes Em uma face agora sempre gelada Chorar de amar inutilmente Uma paixão sem futuro De tanto esperar e ter saudade De tanto sofrer e chorar De tanto querer morrer
(Imagem: banco de imagens Google)